quarta-feira, setembro 20, 2006

ESTA MATÉRIA DE LISETE LAGNADO É INTERESSANTE ESTA ESTE MÊS NA BRAVO VEJAM

Artes PlásticasSeja brasileiro, seja herói Lisette Lagnado, curadora da 27ª Bienal de São Paulo, fala sobre o evento que acontece em outubro/06 e defende ser necessário acreditar em um pensamento nacional independente Por Fernando Oliva e Marcelo RezendeLisette Lagnado: "Desta vez tudo terá o mesmo peso, o mesmo valor"Lisette Lagnado: "Desta vez tudo terá o mesmo peso, o mesmo valor"Foto Edouard FraipointMULTIMÍDIA Ouça trechos em áudio da entrevista de Lisette Lagnado: * Trecho 1 * Trecho 2Uma mostra internacional de arte que possa ser a um só tempo uma reflexão sobre o homem, o tempo e a sociedade — e um acontecimento para a discussão do papel do pensamento brasileiro em um contexto globalizado. Esse é o projeto elaborado pela curadora Lisette Lagnado para a 27ª Bienal de São Paulo, que terá sua "seção expositiva" aberta ao público em outubro/06, com 118 artistas. O acontecimento não será o início, mas o instante culminante de um modelo que faz do debate um meio para o processo criativo e uma via de diálogo com o público, com seminários abertos, residências de artistas e projetos educacionais. O evento tem por tema "Como Viver Junto", título de um curso dado pelo semiólogo francês Roland Barthes (1915-1980) na década de 1970. Nele, Barthes refletia sobre o ritmo de cada um frente a um ritmo maior, imposto por um grupo. Outra presença é a do artista Hélio Oiticica (1939-1980) e seu Programa Ambiental — o momento no qual a obra de arte está no mundo, e o espectador é um participante da experiência artística. Nesta entrevista, Lisette (uma brasileira nascida em 1961 no Congo, África) fala do papel da Bienal de São Paulo hoje, sua relação com as grandes exposições e a polêmica decisão em abolir as representações nacionais, nas quais os artistas eram expostos seguindo critérios de nacionalidade, além de serem indicados por seus respectivos governos. BRAVO!: Qual a primeira bienal que você viu e que tipo de lembrança e impacto teve sobre você?Lisette Lagnado: Como vocês sabem, eu não nasci no Brasil. A primeira bienal que vi foi uma feita por Walter Zanini [crítico brasileiro], em 1981. Cheguei ao Brasil em dezembro de 1974 e aprendi português quando entrei na faculdade, em 1979. Eu cursei ciências sociais na Universidade de São Paulo, mas tranquei, abandonei. Depois, segui mesmo o jornalismo. Em 81, minha primeira experiência profissional aconteceu na extinta revista Arte São Paulo. Eu tinha lido no jornal que o artista francês Hervé Fisher iria mudar as sinalizações nas ruas de São Paulo. Então, por exemplo, quando você via a indicação "Liberdade", e tinha uma flecha para cá, ele mudava a flecha para cima... Hervé Fisher, que é de origem canadense, era um professor da Sorbonne e tinha fundado a sociologia da arte. Então a minha entrada foi pela sociologia. Foi uma obra que me marcou muito... na verdade, duas. Fiquei fascinada por um trabalho do Cildo Meireles, A Bruxa, uma vassoura que vinha do terceiro andar do pavilhão até embaixo. Uma vassoura de palha. E há ainda um trabalho do Tunga, que é maravilhoso, aquele em que se ouve ininterruptamente a voz de Frank Sinatra cantando o refrão de Night and Day. Naquele momento aquilo para mim foi um divisor de águas. O impacto no público parece ser sempre uma questão para as grandes exposições. Essa é uma questão para a 27ª Bienal?Em alguns casos, sim. Eloisa Cartonera (EC), um coletivo de Buenos Aires, por exemplo. Eles são uma editora, mas não vamos colocar estantes com livros. As pessoas vão se apresentar com seus textos inéditos e eles vão publicar. É uma editora que se define por só ter títulos latino-americanos. Em Buenos Aires, trabalham em parceria com os catadores de papelão, que fornecem o material para as capas dos livros. Eu estive com eles lá, e me explicaram que as caixas de vinho são as melhores. Já as de detergente não prestam, porque já vêm manchadas... Dos catadores, eles compram o papel por um preço cinco vezes maior que o do mercado. Em Buenos Aires, com a crise, você tem pessoas com mestrado e doutorado vendendo caneta na esquina... Tenho um pouco de medo dessa pergunta, porque tenho ressalvas à maneira como é tratada a questão da interatividade hoje. Porque tenho medo da idéia de playground, em que a pessoa chega e vê um troço que gira, que pesa seis toneladas, as crianças brincam, etc., mas aquilo não tem um conceito. Nesta bienal também estamos discutindo qualidade de vida, meios de sobrevivência num sistema globalizado... LEIA EM BRAVO DE SETEMBRO/06 (NAS BANCAS) A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE LISETTE LAGNADOLISTA DO EDITOR

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